quinta-feira, 11 de março de 2010

Desgosto


Há dias em que estamos cansados, estafados, sem nada para dar, não temos sono mas uma moleza, um tremendo peso nas pálpebras, o cérebro baralhado, as pessoas falam mas na nossa cabeça não passam de gemidos vindos de bem longe e acabando fazendo eco nos nossos ouvidos, nada mais que eco. As pessoas falam, falam e falam.. não notam sequer a nossa fraqueza, talvez por não serem tão observadoras como eu ou por não me conhecerem assim tão bem. Há dias em que as pessoas simplesmente não querem ouvir, só querem a presença da companhia de sempre, conversando silêncios, trocando telepatias, ficando ali, apáticas e serenas, ali. Dias em que as desgraças podem vir que todas parecem normais, habituais apesar do sopro no coração que causam, fazem-me perceber que estou anestesiada, que não quero nem vou aborrecer ninguém, só peço que não mo façam a mim, só peço sossego, solidão.
Há mesmo dias que chegamos ao fim do dia e pensamos que já nada vai acontecer, que até casa vai ser um pleno bem estar, saio da escola, compro bilhete e sento-me no banco do fundo do autocarro. Sento-me, descansada, descontraída.. e quando estou o mais confortável possivel ouço o pior desgosto do dia.. blim.. é como uma facada no coração, que roda e volta a sair.






Dakini

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