terça-feira, 13 de abril de 2010

Um nada


Há dias em que sinto um vazio, em que nada bate certo. No inicio do dia tudo parecia correr bem, considero que correu mesmo tudo bem, mas no fim sinto um descontentamento significativo, sinto-me sozinha. Queria alguém com quem falar desta angústia sem motivo, não é que me faltem verdadeiros amigos que disponibilizem os seus ouvidos e coração, não, não me faltam de facto, mas falta-me qualquer coisa, não sei, simplesmente me falta. Sinto um aperto, sinto o vazio, sempre senti isto ao fim de algumas tardes, desde miúda. Dantes julgava que sentia isto porque anoitecia e eu não gostava de dormir, não gostava da noite. Mas agora, que tanto aprecio umas boas horas de sono, percebo que já não pode ser esse o motivo. Penso em variadas hipóteses que me levam a este estado.. a minha hipótese mais provável é ser o meu medo de não ser ninguém a comandar o meu psicológico, mas não sei. Pode estar tão certo ou tão errado como a teoria do sono que julgava certa quando era mais nova. E afinal como saberei a resposta de um possível ciclo vicioso? É um ciclo, penso que não saberei mesmo. No entanto, se pensar na definição que dou ao meu estado, vazio, fico no nada, porque o vazio é a inexistência de algo, o vazio é um nada. Concluo portanto que não tenho nada, que não se passa nada, e que é mesmo esse nada que chateia. Voltando assim ao incómodo ciclo vicioso.



Dakini, 20:43h, 5 Abril 2010.

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